Sustentabilidade

Atitude Sustentável

Empresário investe em ações sociais, culturais e ambientais para fazer a diferença.
Atitude Sustentável Atitude Sustentável

É preciso ficar antenado com o mundo, com as demandas sociais e do meio ambiente numa sociedade em que muitas empresas parecem oferecer mais do mesmo. Com esse pensamento, o empresário Antônio Eugênio do Socorro Fernandes, 53, nascido em Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha, criou não apenas uma rede de padarias no Vale do Aço, mas uma marca de sustentabilidade, a Premialy Padaria e Lancheria, com três lojas em Timóteo, duas em Coronel Fabriciano, três em Ipatinga e se prepara para inaugurar, no próximo mês, outro ponto de venda no bairro Bom Jardim, em Timóteo.


Para 2014, está prevista a ampliação da indústria que tem 1.200 m2 de área construída e vai passar a ter 2.500 mil m2. Em 2015, serão mais três lojas e, em 2016, a meta é ser a maior rede de padarias do Vale do Aço.


A trajetória de vida até aqui é Antônio que vai revelando. “Somos 15 irmãos. Aos 15 anos, fui estudar em Belo Horizonte e me formei em engenharia mecânica. Trabalhei cinco anos na área, mas em 1991 vi uma oportunidade de começar um negócio em sociedade com dois irmãos e um cunhado e montamos a padaria Pão Total, em Coronel Fabriciano. Eu tinha 15% de participação e a padaria empregava 13 funcionários. Aos poucos fui comprando a parte dos sócios e, a partir de 2000, fiquei sozinho”.


Armando-se de coragem, o empresário deu nova guinada em 2009 quando criou a marca Premialy (alimentação superior). “Foi um grande desafio. Hoje, são oito pontos de venda, a indústria Santonely de produtos congelados, 280 funcionários, sendo 80 só na fábrica”, conta Antônio.


Para chegar até aí não bastou a experiência com a panificação, mas o investimento em três pós-graduações na área de gestão empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, um MBA em marketing, participação em feiras no exterior e o radar ligado para buscar o que há de mais moderno em soluções tecnológicas e equipamentos e investimento em treinamento de pessoal. “Criei um curso de capacitação e qualificação dos funcionários. No Vale do Aço, há carência de mão de obra, principalmente técnico em panificação”, diz.


O empresário criou um sistema operacional que dá não apenas total autonomia aos seus gerentes, mas ainda a participação nos lucros da empresa. Com isso consegue que cada filial se torne uma empresa lucrativa. Outra iniciativa foi concentrar a linha de produção na Indústria Santonely, responsável por fabricar os mais de 300 itens comercializados em todas as lojas da rede. “A única forma de crescer e ter um mix variado de produtos é a centralização. Trabalhamos com uma tecnologia de ultracongelamento e produzimos pão de queijo, salgados, pizza, lasanha, empadão, bolos, biscoitos e muito mais. São 55 toneladas por mês. Por isso, para o próximo ano, estamos planejando a ampliação da fábrica para atender outros mercados além dos pontos de venda, como hotéis, motéis, lanchonetes e supermercados”.


A visão empresarial de Antônio foi além. Percebeu que tinha um papel social e o negócio tinha que ter sustentabilidade. Primeiro criou o lixo eletrônico. “Foi a primeira parceria em Minas Gerais com o Senac. Todo o descarte de computadores e eletrônicos que não têm mais função é entregue ao Senac, que desmonta e faz novos equipamentos que são doados para entidades assistenciais”.


Em todas as lojas, foi instalado um coletor de pilhas e baterias e os bio pontos, containers coletores de óleo de cozinha para descarte de maneira correta. Quem doa óleo recebe em troca material de limpeza fornecido pelas empresas de reciclagem paulistas e mineiras que recebem os resíduos. A Premialy não comercializa os materiais descartados em suas lojas.


Por essa iniciativa, a Premialy recebeu o selo verde da JRBiogerais, responsável pela coleta e pelo processo de transformá-lo em biocombustível. “Esse é o reflexo da missão da empresa que é levar qualidade de vida não só por meio dos alimentos, mas também de ações que proporcionem saúde aos nossos clientes e ao meio ambiente”, diz Antônio. Toda a rede trabalha com a coleta seletiva. Vidros de lâmpadas fluorescentes, plásticos, garrafas pet, resíduos orgânicos, entre outros, são separados e doados para cooperativa de catadores da região e sacolas retornáveis são entregues para clientes que acumulam 100 reais em compras. Até o momento foram distribuídas 4,5 mil delas.


Mas nem tudo são flores no mundo dos negócios. O empresário revela que amarga um prejuízo entre 35 a 38 mil por mês, o equivalente a 7% da produção, com sobras de mercadoria que não podem ser doadas. “Estou buscando uma forma de minimizar esse prejuízo, através da transformação dessas sobras”.


As padarias da rede oferecem café da manhã, self service, prato executivo, almoço, macarrão na chapa, pizza, chope, internet, comida japonesa nos finais de semana e caldos à noite. Funcionam diariamente das seis à meia- noite. Antônio não para, está sempre buscando incrementar o seu negócio e oferecer mais qualidade. “O empresário não pode ficar focado só na sua empresa, mas sair dela, olhar para o social e as necessidades do cliente. Considero que uma pessoa de sucesso é aquela que consegue manter o equilíbrio em cinco saúdes: física, mental, familiar, espiritual e social”. De olho no futuro, Antônio já prepara seu sucessor, o filho, que tem participado de cursos no Brasil e no exterior.

Fonte: Revista Viver Brasil

fique por dentro!
Newsletter